12. O professor também é alvo de bullying?
Conceitualmente, não, pois, para ser considerada bullying, é
necessário que a violência ocorra entre pares, como colegas de classe ou
de trabalho. O professor pode, então, sofrer outros tipos de
agressão, como injúria ou difamação ou até física, por parte de um ou
mais alunos.
Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que
exige a reflexão sobre o convívio entre membros da comunidade escolar.
Quando as agressões ocorrem, o problema está na escola como um todo. Em
uma reunião com todos os educadores, pode-se descobrir se a violência
está acontecendo com outras pessoas da equipe para intervir e
restabelecer as noções de respeito.
Se for uma questão pontual, com um professor apenas, é necessário
refletir sobre a relação entre o docente e o aluno ou a classe. ''O
jovem que faz esse tipo de coisa normalmente quer expor uma relação com o
professor que não está bem. Existem comunidades na internet, por
exemplo, que homenageiam os docentes. Então, se o aluno se sente
respeitado pelo professor, qual o motivo de agredi-lo?'', questiona
Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação "As relações
interpessoais na escola e a construção da autonomia moral", da
Universidade de Franca (Unifran).
O professor é uma autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é
legitimada com o reconhecimento dos alunos em uma relação de respeito
mútua. ''O jovem está em processo de formação e o educador é o adulto do
conflito e precisa reagir com dignidade'', afirma Telma Vinha, doutora
em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da
Unicamp.
Fonte: Revista Nova Escola/Internet
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